domingo, 6 de dezembro de 2009

Mais proteção aos bebês

Entidades lançam campanha para conscientizar pais e babás sobre o perigo de chacoalhar as crianças

Greice Rodrigues

É comum um bebê chorar até três horas por dia. Afinal, essa é a única forma que ele tem para se comunicar – informar que está com sono, fome ou incomodado com o barulho, por exemplo. Mas no interior de muitos lares essa manifestação é rebatida por adultos com violentas sacudidas. Um ato condenável, que acontece com uma frequência muito maior do que se imagina. De tão recorrente virou alvo de um projeto internacional para preveni-lo. A campanha, que teve início na Austrália, já está em mais de 150 países e acaba de ser lançada no Brasil.
O objetivo é chamar a atenção de pais, babás, outros cuidadores, educadores e médicos para o problema e suas consequências. No meio científico, ele é chamado de síndrome do bebê sacudido. A violência pode provocar danos neurológicos, cegueira e até a morte do bebê. “Essa também é a causa mais comum de traumatismo craniano não acidental entre crianças menores de três anos”, afirma o psicoterapeuta João Figueiró, presidente do Instituto Zero a Seis, voltado para a promoção de ações em favor de crianças nesta faixa etária. A entidade e o Laboratório de Análise e Prevenção da Violência da Universidade Federal de São Carlos são os responsáveis pela campanha no Brasil.
Os prejuízos ocorrem principalmente porque, no primeiro ano de vida, o organismo do bebê está em pleno desenvolvimento. Os nervos e vasos sanguíneos são mais frágeis, por exemplo, assim como as estruturas do pescoço. Até os neurônios estão desprotegidos – a membrana que os recobre ainda está em construção. “Ao ser chacoalhado, o cérebro se desloca, já que tem volume menor do que a caixa craniana”, explica o terapeuta Figueiró. “E um dos resultados pode ser a ruptura de vasos e hemorragia intracraniana.”
Muitos médicos, no Brasil e no mundo todo, desconhecem a síndrome. “Por isso queremos divulgar mais informações a esses profissionais”, afirma a pediatra Evelyn Eisenstein, professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Em relação às famílias, a campanha pretende orientar sobre formas de acalmar a criança durante as crises de choro. “A mãe que tem um vínculo forte com o filho protege. Queremos criar meios para fortalecer essa relação e evitar os maus-tratos”, diz a especialista.

domingo, 28 de junho de 2009

Atendimento humanizado é tendência mundial no tratamento de pacientes com câncer


Evolução no atendimento médico a pacientes de linfoma e leucemia mostra a necessidade de cuidar também do doente e não apenas da doença.


Do surgimento das primeiras instituições de saúde até os dias de hoje, em que existem centros de tratamento de última geração, a humanização do atendimento a pacientes com doenças graves como o câncer é um fator que tem evoluído lentamente, numa velocidade infinitamente menor se compararmos com a que são descobertos novos tratamentos.

Felizmente, médicos e profissionais da saúde estão trabalhando para mudar essa situação.De acordo com a mestre em Psicologia Heloisa Chiattone, chefe do serviço de Psicologia do Hospital do Servidor Público e coordenadora do Comitê de Psicologia da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (ABRALE), a humanização no tratamento é um valor que precisa ser resgatado. “A prática da Humanização não é necessária apenas por uma questão ética, e sim por uma urgente necessidade na área de saúde, e de se passar da ética da conquista à ética do cuidado. Essa é uma tendência mundial, verificada nos mais importantes centros de tratamento oncológico”, explica.

Cuidar vem do latim cogitare, que significa “tratar de”, “assistir”, “ter cuidado”. Para a psicóloga, é fundamental considerar que a humanização do atendimento em saúde deve ser entendida como um valor à medida que busca resgatar o respeito à vida humana, envolvendo circunstâncias sociais, éticas, educacionais e psíquicas presentes em todo relacionamento humano. “Sem cuidado, nada que é vivo sobrevive”, lembra Chaittone.

Em suas origens, a Medicina era essencialmente humanística. Historicamente, as instituições de saúde sempre acolheram os doentes, mas a finalidade variava de local para local e de época para época. No período pré-científico, as instituições de saúde funcionavam como um depósito para gente doente, em grande parte, pobres e indigentes, que não tinham condições de tratamento em casa. Freqüentemente, estas instituições foram dirigidas por religiosos, que inspiravam-se na parábola do bom Samaritano, acolhendo os doentes por amor a Deus e ao próximo.Com o surgimento da medicina científica, a relação médico-paciente tornou-se profissional. O processo de supervalorização das ciências biológicas, da super especialização e dos meios tecnológicos que acompanharam o desenvolvimento da medicina nestas últimas décadas trouxe como conseqüência mais visível a “desumanização” das práticas em saúde. “Aquele que deveria cuidar foi se transformando cada vez mais em um técnico, um especialista, profundo conhecedor de exames e condutas de alta complexidade, porém, distante dos aspectos humanos presentes nos pacientes e familiares”, explica Chiattone.As pessoas que cuidavam dos doentes tornaram-se profissionais liberais, com formação acadêmica e remuneração. Com isso, o hospital se profissionalizou. “Ganhou-se em competência e eficiência técnica, mas perdeu-se na dimensão humana, pelo incremento das relações de trabalho”, enfatiza a psicóloga. Atualmente, a Humanização é apontada como tendência no tratamento do câncer.

A Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde pressupõe mudanças no modelo de atenção e gestão. “A política do governo entende por Humanização a valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde e enfatiza a autonomia e o protagonismo desses profissionais, a co-responsabilidade entre eles, o estabelecimento de vínculos solidários e a participação coletiva no processo de gestão”, enfatiza a psicóloga.

Médicos e profissionais da saúde de diversas áreas como Enfermagem, Odontologia, Psicologia, Nutrição e Terapia Ocupacional defendem a necessidade de cuidar do doente e não apenas da doença. “A Humanização voltou a ser levada em conta, especialmente no atendimento a pacientes com doenças complexas como linfoma, leucemia e outros tipos de câncer”, explica Ana Lúcia Cornacchioni, oncologista-pediatra do Instituto de Tratamento do Câncer Infantil (ITACI) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (ABRALE). “O paciente que recebe tratamento humanizado tem mais chances de cura, pois adquire melhores condições psicológicas, emocionais e físicas para enfrentar a doença”, complementa.A prática da humanização vem sendo disseminada nos centros de tratamento brasileiros por grupos formados por profissionais de saúde que se dedicam a levantar discussões e divulgar informações sobre o assunto em palestras, congressos e conferências com o objetivo de promover melhorias nas instituições de saúde do Brasil. A Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (ABRALE) é um desses grupos. Por meio de um Comitê Científico formado por médicos e profissionais da saúde dos principais centros de referência no tratamento onco-hematológico do Brasil, a organização não-governamental se empenha em incentivar a humanização da relação médico-paciente nos hospitais de todo o país.

Mais informações: www.abrale.org.br

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Desafio

"Configura-se assim um desafio para as mulheres: valorizar a maternidade e idealizar a mãe que gostaria de ser, equilibrando os sentimentos maternais de amor e cuidado, com seus interesses pessoais, com as trocas afetivas, intelectuais e interações com amigas. Vivendo sua vida, sem culpas e sem sofrimentos."

Entre ser mulher e ser mãe: reflexões sobre a infertilidade feminina.
Fernanda Bader
Editora Isis

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Infertilidade...

"As mulheres, ao encontrarem dificuldades na concepção, muitas vezes não se permitem desistir - mesmo atravessando situações emocionalmente desgastantes e fisicamente dolorosas - sem antes tentar todos os recursos disponíveis para serem bem sucedidas. As mulheres em tratamento, muitas vezes relatam: “Não vou desistir do meu sonho de ser mãe”. É a manifestação de uma força interna que permite à mulher persistir após ponderar sobre seu processo vivencial, a fim de buscar soluções viáveis para seu caso.
Enquanto luta para conceber seu bebê, a mulher deve voltar em direção a si, a possibilidade de compreender suas próprias emoções, ter a percepção de que pode haver sucessos ou fracassos. Ela deve ter conhecimento de suas próprias aspirações e exigências para conseguir lidar com as perdas e com os ganhos."

Entre ser mulher e ser mãe: reflexões sobre a infertilidade feminina.
Fernanda Bader

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Vivendo com a infertilidade

"É significativo que todo tipo de apoio para mulher que enfrenta a infertilidade, a auxilie para a construção de uma nova maneira de viver e de lidar com as frustrações e angústias que permeiam as suas vivências em especial.
A família, o cônjuge e até mesmo a equipe de saúde, para que possam realmente apoiar a mulher dentro do quadro de infertilidade, devem se mostrar sensíveis de uma forma verdadeira às causas e motivações dessa mulher, nunca minimizando o sentimento valoroso que permeia o desejo de tornar-se mãe."


Entre ser mulher e ser mãe:reflexões sobre a infertilidade feminina
Fernanda Bader
Editora Isis

domingo, 31 de maio de 2009

Nuvem da Infertilidade


"Nuvem da Infertilidade" construída pela comunidade da Associação Portuguesa de Fertilidade. O tamanho das palavras está relacionado com a frequência em que apareceram na pesquisa realizada.

Humanização e Cuidados Paliativos

Doença alguma justifica que aceitemos que um indivíduo conviva com dor ou outros sintomas que possam ser debelados, controlados ou aliviados.Várias instituições de saúde têm investido na formação de equipes multidisciplinares especializadas no controle do sintomas, reconhecendo a multiplicidade de fatores biopsicossociais na etiologia e na manutenção dos sintomas em cuidados paliativos e dor e a necessidade de tratar criteriosa e globalmente o paciente o quanto antes.
A OMS preconizou o efetivo controle da dor e dos sintomas comuns em cuidados paliativos como das mais importantes prioridades no sistema de saúde pública, estimulando que cada governo o inclua no seu sistema de saúde, de modo a aliviar a dor e outros sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, sendo a humanização uma ferramenta mestre para a obtenção do tratamento adequado (WHO, 1999).
A humanização evoca que o alívio da dor e o controle dos sintomas em cuidados paliativos devem começar desde o diagnóstico da doença crônica até a fase avançada.Humanizar é a garantia de atender às necessidades desse paciente; as equipes multiprofissionais reúnem médicos, psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e o serviço administrativo (recepção, triagem, segurança e transporte), enfim, todos são importantes para confortar o paciente e seus cuidadores.

Dr. Maurilio Arthur de O. Martins

mais informações:www.praticahospitalar.com.br

segunda-feira, 25 de maio de 2009

convite


A mulher e seu corpo

Apesar do grande reconhecimento da importância dos fatores emocionais nas questões que envolvem o corpo, ainda as questões emocionais da mulher são muitas vezes deixadas de lado, em tratamentos que visam à concepção e gestação de um filho. Há uma necessidade de se olhar a mulher como um todo, destacando a relação das emoções com o corpo, evidenciando o potencial que se encontra dentro dela. Existe uma íntima relação entre a vida emocional e as manifestações corporais permeadas por acontecimentos vitais em sua existência.

Caminhada pela Fertilidade

No próximo dia 21 de Junho, a Associação Portuguesa de Fertilidade (APFertilidade), promove duas iniciativas: a 2ª Caminhada pela Fertilidade (no Parque da Cidade/Porto) e o 4º Encontro Nacional da APFertilidade.
A concentração para a 2ª Caminhada pela Fertilidade faz-se na Entrada Nascente do Parque da Cidade, em Porto, pelas 10h, e seguirá um percurso de cerca de 2000 metros. A todos os participantes será oferecido um Kit-Caminhada, distribuído no local da concentração, onde a APFertilidade manterá uma tenda fixa com informação institucional e atividades recreativas das 10h às 13h. A participação na Caminhada é gratuita, mas exige uma pré-inscrição, por razões logísticas.
Será uma ocasião especial, coincidindo duplamente com a comemoração do Dia Nacional da Fertilidade e do Mês Internacional da Fertilidade. Estas iniciativas têm por objetivo sensibilizar os cidadãos para os atuais problemas de fertilidade e visam promover a saúde reprodutiva em geral.

informações:www.apfertilidade.org